sábado, 8 de março de 2014

CARTAS PARA ISAQUE. (MEU FILHO)

Você não entendeu nada. Não quero palavras significativas em relação a datas... Como se fossem eventos... Ou ligar mais para não deixar em branco o que parece ser uma data especial... Nada tem significado quando a ausência está se fazendo presente. Quando o descaso se torna contínuo... Quando as palavras não convencem mais.
Sou uma mãe. Não importa que seja hoje Dia Internacional da Mulher. Quando o relacionamento de mãe e filho está alquebrado.
Mesmo que houve tantas palavras em pedidos de perdão sem entendimento do mesmo. Onde sempre as mesmas palavras são ditas. Promessas que nunca são cumpridas. Que só podem tornar realidade quando as palavras não ocupam mais o lugar do gesto, do olhar, do abraço. Do bem querer.
Escrevi isso como mensagem no Natal. Mas você não ouviu. Você não ouviu nada. Você estava ali de corpo presente mas seu coração estava distante.
E você continua não me ouvindo. Não quero telefonemas pedindo para ficar com seu filho (meu neto que amo tanto) como se isso fosse curar tudo que houve. Meu amor pelo meu neto não tem como ser negociado.
O que está doendo é exatamente isso. Você mesmo tirou o direito de estar com ele. De ele estar comigo. E sua distancia é para que eu fique bem afastada daquilo que você teme que eu possa falar e "acabar estragando" tudo que você pensa que conquistou (ou reconquistou...), eu não sei exatamente a quanto anda suas próprias conclusões.
O que espero é tão simples que de tão simples não acontece. Que você venha com meu neto em minha casa. Simplesmente. Uma visita de filho... Com seu filho para visitar a avó. Para visitar a "vovó".
Está tão ruim nosso relacionamento que você "agradece" pelo fato de ligar para saber da saúde do meu pequeno. Como se isso me custasse. Isso me deixa sem ação. Isso magoa. Porque não é favor ligar para saber do meu pequeno príncipe. Você colocou uma barreira entre nós que somente você pode retira-la meu filho.
Não serão mais datas... Nem presentinhos de aniversário que vai trazer o que foi perdido em meio as suas tormentas que acabaram virando desespero também para mim.
Por isso não posso me "envolver" mais com seus contínuos e eternos desabafos que antes era sua maior confidente. Você quebrou essa intimidade entre nós. De sua confidente passei a ser "ameaça" para seu casamento.
Justamente eu meu filho que sempre ministrei em sua vida a restauração do mesmo. A dar "banho de amor" mesmo as piores situações. Que o amor sempre estaria prevalecendo. Que não importava o quanto você se sentisse péssimo... Que sempre valeria lutar pelo casamento. Muito mais agora com um filho.
E nem isso você quer ouvir. Como conheço você sendo sua mãe. Você liga e pergunta sem perguntar... Sem sentir... Sem se importar... Porque se não estou mais ouvindo seus desabafos na sua cabeça certamente é porque então não temos mais nada para falar. E você encerra tão puro e simplesmente.
Como sinto sua falta. Como sinto falta do meu neto. Sinto falta também de minha nora. Ah minha nora (meu peixinho dourado...) que disse que aprendeu tantas coisas comigo... Inclusive a perdoar... Não. Ela disse por dizer tais "palavras...". Sempre as palavras e mais palavras... Porque se tivesse aprendido a perdoar já teria me perdoado e teria trazido meu neto para vê-lo. Para conversarmos... Como você também colocou uma barreira entre nós.
O tempo corre velozmente. E eu não posso me chegar porque estou impedida de chegar. Não são ligações usando meu neto que nos fará como antes. Porque é você que tem que se chegar como um filho que quer estar perto da mãe. Que sente sua falta. Não adianta pedir para ficar com ele e você me deixar cada vez mais. Não tem sentido isso. Será que você não entende?
Não. Você não entende. Algo rompeu dentro de você como um grito de liberdade em relação a nós dois como mãe e filho. O que mais está me doendo foi que eu acreditei que estava fazendo o bem em deixar de preocupar você com minha vida... Minha saúde... E tudo o mais... No entanto o que percebi foi que acabei perdendo você. E se era minha "saúde" que o prendia... Como obrigação... Como responsabilidade... Então... Na verdade... Eu nunca o tive. Não soube conquistar seu coração. Seu amor.
Ouvir você dizer que desejava um feliz dia da mulher me entristeceu mais do que se você não tivesse ligado. Porque isso não tem valor para mim. Nunca teve. E você sabe que não valorizo essas datas que não tem sentido quando não são sentidas de verdade.
Com a velhice meu filho vamos ficando mais exigentes nas prioridades. Com as experiências da vida vamos nos tornando cada vez mais transparentes.
Não queremos mais migalhas. Eu não quero migalhas. Quero você pleno. E não importa quantos problemas você tenha. Tenho aceitado você. Você é meu filho. E eu sou sua mãe. É simples demais. Por isso você não entende. Talvez nunca tenha entendido.
Quem sabe você como filho tem que fazer todo um caminho até chegar ao meu coração... Verdadeiramente ao meu coração. Como tenho alcançado o seu meu filho.
Por isso tenho dito que eu o amo e quero que esteja bem. Feliz. E que tenho abençoado você e sua família. Porque esse é o meu coração. Em Nome de Jesus.
 
08.03.14   (00.10)
 
 
 
 
 
 


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