quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Uma lembrança...

Literalmente quebrada... Lembrei de uma cana de muitos anos atrás quando deixei um pirex cair no chão e vê-lo espatifado no chão... Me comparei com aqueles cacos... Pequenos fragmentos... Espalhados... Quase invisíveis...  E hoje quebrei um bem menor... No entanto... Lá estavam os cacos no chão... Espalhados... Ontem quando vi ali naquele pequeno compartimento... Sabia que acabaria quebrando... E não deu outra... 
Agora ajuntei tudo... Numa caixinha para ninguém se machucar... O que estava dentro também foi para o lixo... Como comer algo que pode ter fragmentos de vidro?
Restou a tampa... Como eu... Restou apenas eu... Novamente mais um pouco de mim morre... E está doendo... Porque talvez eu saiba que nesses dois anos houve algo bom girando em torno de mim. Vi alegria e otimismo. Planos sendo feitos... Sonhos almejados... É bem verdade que nos últimos meses muitas coisas mudaram... Realmente mudaram... Somos seres humanos. Frágeis e pó. Comemos o "chamado 1 kg de sal...". Mas não foi nenhuma novidade esse caminhar... Sempre estive lado a lado com eles quando mamãe estava conosco. 
Tudo continua como era antes... Uma casa enorme... Eu comigo mesma. Sem ninguém. E naturalmente por opção. 
Gosto daqui. Está a venda não por escolha (desejo do coração) minha... Poderia morar para sempre aqui... Quem sabe não é isso mesmo que vai acontecer?
Eu não sei. Concordei em vender para ajudar meus filhos... Como consciência moral... De mãe... De avó... Talvez quando isso acontecer me sinta melhor... Menos culpada... Eu não sei... 
Fiquei tão desesperada hoje que não segurei a "onda..." ( a tempestade da minha alma)  Não queria estar aqui... E acabei ficando... E foi tudo acontecendo diferente daquilo que desejava que acontecesse... Não queria despedidas... Não quero despedidas...
Minha irmã disse que não ia dizer "adeus...". Porque adeus? Que amanhã conversaríamos porque hoje não teve tempo... Não quero conversar. Não tem mais nada para conversar. 
Para eles está acontecendo exatamente como planejaram... E estão felizes! Isso faz toda a diferença. Eu não planejei nada. Aceito. Não poderia ser diferente. Meu coração fala baixinho dentro de mim... Mas não poderia mais segurá-los... Não poderia segurar minha irmã que estava completamente infeliz. 
Talvez seja isso que esteja doendo mais. 
Acabaram os barulhos repentinos... As janelas abertas com gosto... O barulho insuportável da descarga estragada... Os sustos das portas... 
Agora somente os meus próprios ruídos... O meu silêncio... A casa vazia... Como eu... Tão vazia quanto eu... Os ruídos da minha alma... Pavores repentinos dessa enfermidade maldita. 

12.02.15 (12.26)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

É desse jeito...

Passei meu aniversário com os que realmente me querem bem. (a unica pessoa que não estava presente é porque não poderia estar...) Mas valeu. Sempre vale a pena estar com as pessoas que amamos. As que não vieram... Não me importo mais. Não faz falta. Com certeza com seus eternos motivos (motivos esses cansativos... ) Mas tenho por certo que como gosto de ser respeitada também vou respeitar.
É a vida que segue. A vida sempre vai seguir. Quer as pessoas nos aceitem ou não... 
Novamente meu filho se mostrou bem antipático... Me senti mal porque as crianças percebem e por certo o tem como antipático.
Fiquei triste com eles... Com os dois... Feliz porque vieram... Mas triste pelo comportamento deles... E mesmo brincando... Ambos me deixaram com mais dor ainda...  E percebi que nenhum dos dois ainda não entenderem o que é estar com essa maldita enfermidade. Eles não alcançam. 
E ficando tentando conciliar mesmo as coisas ditas... E acabo por fim ainda passando por "viajando na maionese..." Foi isso mesmo que eu ouvi? Ou fora da casinha? Eu nem lembro direito... Estou tão frágil... Tão cansada. Tão deprimida. E sorrindo... Tudo está bem. Tudo está muito bem.
Estou indo para casa de mana. Justamente para não ficar em casa nesses dias que seguem... A mudança do meu cunhado com mana... O movimento... Os barulhos contido incontidos... Até chegar o dia do finalmente vão se mudar...  Um dia aconteceria... Já estava previsto... (Talvez doeu mais porque eu estava vendo pelos olhos da realidade...) 
Mana sempre procura falar palavras amáveis... E afirma que está em paz por eu estar de pé... Que seria terrível se eu estivesse jogada... Que não precisamos mais falar (sempre falo isso... Não precisamos mais falar... Não quero falar mais nada... Não quero conversas que me levem ao choro... As despedidas...)
Não quero despedidas. Quero agora que acabe logo. 
Não estou bem. Nada bem. 
Talvez porque fiquei triste com meus filhos. Talvez porque no fundo está doendo a saída da mana aqui de casa... E como estou me esforçando no sobrenatural para aceitar e entender (que até entendo e aceito...) Mas no fundo não entendo e não aceitando... Ou aceitando mas não entendendo... Eu não sei... A vida me fez assim. Não tem jeito... É desse jeito... Nada do que eu quero é como eu quero... Como eu espero. Aprendi a aceitar... É desse jeito...
Ontem essa frase virou uma piada... "Simplesmente assim...Ou simples assim..." (sabemos que não é tão simples assim... Tem sentimentos variados... Reações... Situações...)
Estou com o choro preso na garganta. Por tudo. Por nada. É desse jeito!!! 

10.02.15     (11.17)