quarta-feira, 30 de março de 2011

ALMA DO POETA - RETALHOS -

De retalhar, pode-se fazer uma colcha. Da vida, um ser humano. Como retalhos, passamos a vida remendando, remendados. Pegando um pedacinho de cada um, cada momento, cada coisa, vamos tecendo melhor e mais bonito. Das festas. Dos casamentos, bodas, nascimentos - tecendo sorrisos. Crescendo e amontoando o tempo - tecendo lembranças. Frutificando histórias, conquistando vitórias - tecendo o futuro. Levando tapas, caindo e nos colocando de pé - tecendo força de vontade. Compartilhando, buscando mais perto - tecendo o amor. Dando-nos valor, permitindo - nos voltar - tecendo a família. Chamando atenção, segurando a mão - tecendo amizade. Doar-se, dividir, presentear - tecendo a caridade. Não julgar, permitir, conciliar - tecendo a generosidade. Chegar para lá, gritar, não querer saber - tecendo a intolerância. Ser melhor, maior, ser só - tecendo a ignorância. Trabalho duro, descansar, e voltar com mais força - tecendo a prosperidade. Sentar, ter calama, admirar - tecendo a velhice. O ser humano, como uma colcha de retalhos precisa de união - a união de pedaços. Os enfeites, o colorido único - são feito por mãos e traças. Gasta-se a colcha envelhece o ser humano. Perde-se a cor - a visão! Mas a linha forte da vida nos ensina, que um bom tecelão, leva no rosto e nas mãos, a tecelagem da alma. - Autor: Vinicius Eduardo Carvalho - Alma do poeta - -14:00 -

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