domingo, 11 de maio de 2014

DIA DAS MÃES.

Trago o meu filho dentro de mim. Os anos se passaram e naturalmente o tempo se encarrega de fazer com que (nos força) nos levantemos porque a vida segue... A dor que permanece vai minando sua alma, destruindo todo o seu ser... Acredito que é mais forte que a própria dor que insiste em ficar porque não aguentaremos. Não. A dor é violenta.
Trago minha mãe dentro de mim. Eu a amava tanto. Minha amiga. Minha pastora. Minha mãe. E minha filha. Contudo, acredito que pelo fato de Deus ter tomado meu filho antes... Fiquei muito mais preparada para a saudade de mamãe.
Ontem estava com o coração apertado. Doía demais. A saudade do filho... A saudade da mãe... Lembranças de um pai... Lembranças... Saudades...
E fica muito mais forte quando você pensa nos que estão com você. Porque os que estão com você estão mais distantes do que "aqueles que partiram..."; e você precisa do abraço. Você precisa do aconchego dos seus laços familiares.
Não tenho saudades do pai dos meus filhos. Seria hipocrisia escrever que sinto saudades. As vezes ( e tem várias vezes inclusive...) eu lembro dele. Das loucuras. Do desespero que foi minha vida com ele e com meus filhos. De tudo que passamos... Tudo que vivemos... Com certeza o bem precioso que tivemos juntos foi "nossos filhos". Lamento por nós não sermos pessoas estruturadas para que nossa família crescesse em um ambiente sadio. Perdemos. Perdemos muito.
Quando penso nisso tudo... Com certeza ele perdeu muito mais do que eu porque não teve tempo de conhecer seus netos. Não teve tempo de ver seus filhos se tornarem adultos. Não teve a alegria que eu tive quando abençoei meu filho na sua formatura. Não teve a alegria de estar junto com os filhos no hospital quando seus netos nasceram.
Mas foi poupado com certeza da dor profunda (dor que nunca se acaba... Aquela que concordo com o Padre Fabio... O parto as avessas...) de velar seu filho morto. De enterrar um filho. Com certeza ele realmente foi poupado.
A vida é desse jeito. Cheia de mistério.
Não. Não tenho saudades nenhuma do pai dos meus filhos.
Não queria que fosse assim.
E quando você está com seus filhos e como uma mãe (um coração de mãe... o instinto materno que é profundo...) que sente que eles não são felizes... E que não depende mais de você para que sejam... Ou que talvez você perceba que nunca dependeu... Porque chegar até onde eu cheguei "foi na força e no poder" de Deus (Na Pessoa do Espírito Santo) porque também fui para um casamento completamente sem estrutura familiar.
Hoje está terminando o dia das mães. Isso é tolice. Isso de fato é comercio.
E os outros dias? O dia após dia? O abraço que você precisa para continuar vivendo... A voz que você precisa ouvir para continuar prosseguindo. O sorriso que você precisa para lavar sua alma. O colo que muitas vezes desesperadamente quer oferecer porque mãe tem o instinto de trazer para junto do coração. Seja no ventre... Seja um recém nascido... Seja com 10 anos... 20 anos... 30 anos...
Eu amava deitar no colo da minha mãe. Eu deitava no seu colinho e ali ficava recebendo seu carinho nas suas mãos que "curavam" a dor...
E mãe também gosta de colinho. Não por manha... Não para chantagear sentimentos... Como cobranças... Não. Apenas um colinho do afeto.  
Quantas vezes me deitei (me aconcheguei no peito...) nos braços do meu filho. Ele simplesmente me abraçava. Apenas me abraçava.
Isso não tem preço. Não tenho mais esse laço profundo que tinha com ele... Apenas a essência do filho que um dia permitiu que eu fosse sua mãe.
Gostaria que fosse assim com meus outros filhos. Gostaria que eles permitissem de fato ser "mãe".
Não como costumam me ver... Tudo besteira. Cometi tantos erros. E de fato tem suas consequências... É verdade. Mas penso que hoje apenas quero ser "mãe".
Como um dia "minha mãe" foi para mim. Em Nome de Jesus.



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