segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

EU SEI QUE ELE SE ESFORÇA... TENTA MESMO...

Conversamos. Tomamos sorvete. Ele tentou. Tentou realmente. E foi engraçado porque percebi o esforço dele, pois volta e meia ele falava dos seus problemas.
Com tudo isso penso que ele poderia refletir sobre a vida dele e procurar mudar sua história. Não querer insistir em dizer que é parecido... Que a fruta não cai muito longe do pé... Que sente muito a falta do irmão (não duvido que faça falta... Longe de mim julgar seus sentimentos...) No entanto eu como mãe sei que tem muito mais do que sentir ainda mal pela morte do irmão.
Não podemos traze-lo de volta. O que resta para nós é a saudade mesmo. E procurar lembrar as coisas boas... Porque se vincular nas ruins... Vai doer muito muito mais. Com certeza.
Eu não sei... Já aconteceram tantas vezes de ele me procurar e dizer para mim confiar que dessa vez ele vai ficar do meu lado. No momento é impossível eu me concentrar que seja motivação, porque sempre acontece o contrário. Realmente. Ele se afasta. É mas comodo. E eu entendo. Pode não parecer mas eu realmente entendo.
O que tentei mostrar para ele é que ele ainda está tendo a chance de fazer a vida dele acontecer diferente. Eu não tive. E quando tive... Já estava tomada por essa maldita enfermidade.
A verdade que o que está acontecendo comigo é que finalmente estou admitindo (e infelizmente aceitando na marra... literalmente... na dor mesmo...) essa maldição. 
Doença é maldição. Não tem como pensar diferente. Provação? Também com certeza. Provação no sentindo de como recebemos e como reagimos... Enfim...
A irmã perguntou se podia vir me visitar. Que coisa mais bonita. Generosa. Mas eu já entrei dentro da casca... Não quero receber visitas. Não quero nada. Não quero ir... Não quero voltar... Não quero sair... Não quero nada. 
Disse para o Júnior que eu tenho vontade de entrar naquela mata e sair gritando até perder de vez a voz como desabafo... Como se isso fosse me ajudar... Quanta tolice. 
Não quero injeção. Não adianta injeção. Não quero remédio. Ah se houvesse realmente um remédio que aliviasse essa praga de dores contínuas e intensas.
E pensar que para mim a comemoração de Natal foi boa. Tranquila. Certamente para quem está acostumado a beber... Só poderia mesmo achar que foi uma festa desanimada. Segundo meu filho estavam todos tristes. É complicado mesmo. 
Uma coisa eu sei é que daqui para frente não vou ficar esperando ninguém. Se bem que ele eu nem estava esperando... Segundo ele não viria mesmo... Mas veio... Foram antipáticos... Se isolaram... (eu ainda me pergunto porque vieram...)Quantas situações mesquinhas eu poderia ter sido poupada. Meu Deus. Já falei que no Ano Novo não quero nada de nada. O Charles pode ficar comemorando na casa dele. Até apoie mesmo que se faz bem para ele que faça. Afinal de contas é a família dele mesmo. O Junior já se afastou a tanto tempo... Depois de tudo que houve algo foi rompido... Quebrado mesmo... Depois que viu o vídeo mandou aquela mensagem... Para combinar de ficar juntos no Ano Novo. Não. Nem pensar. Ainda bem que ele nem tocou no assunto. E quando tocar... Se tocar... Direi o que disse para o irmão dele. Chega de ficar esperando... Chega de passar por situações de rejeição... De desdém... Descaso... Do tanto faz... 
É bem engraçado mesmo o que aconteceu esse Natal... Uma nora que eu pensei que não vinha veio... Mas ficou totalmente indiferente. E a que esperava não veio... E ainda por cima... As crianças também não vieram... Ainda disse para o Charles com raiva que se ele pensava que ela vinha... Mas é muito tola mesmo. Sinceramente não fez falta nenhuma. 
Vem aquele papo todo de amor e perdão... E se isola... E a gente lê frases que parece até que é uma pessoa normal. Equilibrada. 
A Bíblia diz que é para nunca desistir. Não estou desistindo. Estou respeitando a individualidade de cada uma. Se é tão difícil conviver comigo então tudo bem. Que fique afastada mesmo. Será bom para todos os lados. O que tiver que ter da parte de "filho" terei... E se não tiver... Também é opção deles. Eu os amo. E os respeito.Prefiro realmente que eles fiquem bem com as mulheres deles do que ficar mal com elas e estar bem comigo. Não tem sentido. 
Quanto aos netos também estou entregando os pontos. Chega de esperar por eles. Infelizmente tive que fazer uma escolha. Não suporto a forma (toda a forma...) que eles vivem... Mas lá é a maioria... Inclusive com o próprio filho... Então... Quem sobra sou eu... Não dói mais. Talvez reflita mesmo as dores no meu corpo. É uma transferência para lá de dolorosa. 
Meu filho foi embora com o "senso do dever cumprido". Eu eu... Continuo aqui... Ouvindo as novidades... Os planos... Eu aceito. As vezes entendo... As vezes não entendo... Mas aceito sim. É a vida que segue.

29.12.14      (18.48)


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